Quem acompanha o blog sabe que por muito tempo eu tive uma relação complicada com o dinheiro.
Desde que me divorciei, há 1 ano e meio, e resolvi morar sozinha, eu precisei aprender a esticar o salário para que ele chegasse até o final do mês, ou pelo menos que eu conseguisse pagar todas as contas que fiz há muitas parcelas atrás.
No mês passando, por conta da compra do ingresso do show do Bon Jovi em São Paulo (além de hospedagens e passagem aérea), eu me esforcei para não comprar nada, já que eu não poderia pagar além desses custos no cartão.
Os primeiros dias foram bem complicados e cada peça ignorada na vitrine era uma vitória, mas hoje eu nem sei dizer quando e qual foi a minha última compra. E isso é bem bom!
Economizar durante todo o mês passado foi abrir mão de recompensas imediatas - que a compra traz - em prol de uma recompensa muito maior - o show da minha banda favorita. Mas o exercício me mostrou que nenhum dos itens que eu deixei de comprar me faz falta. Na verdade eu nem consigo me lembrar de nenhum deles, mas consigo ver o resultado desse esforço na minha conta e na própria fatura.
O dinheiro é necessário e importante sim, e é com ele que eu pago muito mais que os sapatos e roupas da moda. Eu pago o meu aluguel, a minha terapia, os momentos de lazer ao lado dos meus amigos.
Trabalhar e ganhar o seu próprio dinheiro é muito representativo na vida das mulheres. O dinheiro não compra a felicidade, mas no meu caso, compra quase isso: Compra a minha paz! Algumas mulheres compraram a sua independência, a sua autonomia, o seu "certificado de propriedade". Ter dinheiro nos possibilidade realizar sonhos, pequenos (um sapato) ou grandes (o show da banda favorita, um carro, uma viagem, uma casa), mas é importante que a gente saiba diferenciar sonhos de pesadelos. Comprar e não poder pagar é um pesadelo.
Comprar por impulso e depois ficar ansiosa por conta das dívidas que "brotam" embaixo da porta me deixava numa montanha russa emocional: Ficava feliz ao comprar algo que eu queria, depois me sentia culpada por perceber que eu realmente não precisava daquilo, ficava vaidosa ao exibir a peça pelas ruas, ansiosa até que chegasse a conta, frustrada por não poder cumprir com os compromissos assumidos quando passava o cartão, mais ansiosa à espera do próximo pagamento...
Eu sei que tenho falado muito sobre isso aqui no blog, e a intenção não é transformá-lo em blog pessoal, mas sim falar da minha experiência, e mostrar que é possível transformar comportamentos, pensamentos e sentimentos, e ter uma vida emocional e financeira mais saudável.
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